domingo, 4 de janeiro de 2009

“Há tantos humores como humoristas.”


Créditos à Leandro Rocha pelo desenho e à Chicão Carvalho pelas conversas.
Tava precisando escrever alguma coisa nova porque o blog já tá criando teia de aranha. Demorei pra pensar num tema e resolvi tentar escrever um pouco sobre coisas felizes , mas ao escrever eu percebi que eu não consigo.Você já se sentiu ultrapassado? acha q antigamente era mais engraçado? Tenho tido essa sensação ultimamente. Não há nada mais sem graça do que não achar sua graça.
Sabe como distinguir um riso de uma gargalhada? Ouvi falar q é quando a pessoa ri mais de cinco 'ha' , tipo ‘hahahahahaha’. Triste.
Irremediavelmente acabo ficando mt tempo na Internet e aprendendo muitas bobagens, mas também acabo chegando a certas conclusões. Não difere muito de um circo, já notou como todo mundo ri aos montes na Internet? não é difícil se deparar com palhaços circenses na web. Já registrei no meu catálogo o riso discreto (rsrsrs) , das pessoas que não se desgastam com coisas fulas. O riso convencional (haha ou hehe), das pessoas que não estão mt preocupadas em impressionar ninguém com a risada. E tem os risos efusivos (ashuehia ou kaspoask) e de perua (kkkkkkk), são daqueles que priorizam que o emissor saiba que ele está achando graça.
O que torna a história bem monótona pra mim e pra você é a incapacidade de criar coisas novas e se frustrar com as constantes tentativas dos outros. Encaixar uma piadinha num contexto é fácil, qlqr pateta consegue. O verdadeiro humor vai além disso, tá na veia. o bom humorista arquiteta sua piada. ele precisa ser imprevisível , isso exige autenticidade. raro como albinismo.O humorista precisa atingir os mais improváveis tipos de senso de humor. Sinto pena desses caras , imagina que coisa horrível ter q estar agradando aos outros a todo momento com suas palhaçadas. Pense, tem gente que vê graça em torta-na-cara e tem gente que vê graça em coisas próximas à morte. Como é decadente ver pessoas rirem como hienas.O típico débil mental que senta atrás de vc no cinema e importunamente tem ataques de riso, mesmo não achando graça. esses são os piores palhaços, pq não se contentam em somente se fazer de idiota, eles precisam mostrar pra todos .
Existe uma teoria que o riso é a expressão de superioridade , faz muito sentido pra mim. É mais comum rir da criatividade que rir da piada bruta, ou ficar arrepiado com um determinado bom trabalho e sorrir da competência do profissional ,ou rir da ignorância ou ingenuidade da vítima (a forma mais comum do sadismo chamado humor) . Bons exemplos disso não são difíceis de achar, é só ligar a tv ou abrir a Internet. Em contraponto, dentro do complexo de superioridade existe um emaranhado de sentimentos: a vaidade , o orgulho, o convencimento, a descrença na opinião de outrem. Meio paradoxal , mas os humoristas são os mais perturbados. O humorista sobrevive de críticas , a piada é um cuspe de ódio.
Já reparou como as piadinhas, da época do seu tio bêbado, não tem mais graça? Diz-me quem ainda suporta as piadas do "Joãozinho" ? Atualmente só o humor negro e o sem-sentido prestam. Ainda tenho esperança,sou fan do programa 'Hermes e Renato'. Os atores satirizaram as tendências. Eles não dão chance , se a moda é ruim , eles cagam em cima, fazem com muito amor. O melhor é que eles estão na nascente das novas e forjadas tentativas de sucesso , a irreverente MTV .É um programa precário e ainda assim genial. Quem não conhece 'Os Simpsons'? esses merecem respeito, pois serão eternamente bons. Não há do que duvidar do potencial dos criadores. A série já está no ar há quase 20 anos e todos episódios são divertidos. Os personagens são feitos com carinho , são inúmeros e nem um se assemelha ao outro. A Internet tb trás bons frutos ,geralmente os 'nonsense'. Meu amigo,o Zé do Banjo, me mandou um blog que intitulava o verdadeiro significado das placas [eis o link : http://blog.fspina.com.br/category/placas/]. Achei ótimo. Tive tb o prazer de conhecer algumas coisas engraçadas do passado. Não posso negar “Monthy Phython” , “Beavis and Butthead”, “Os Trapalhões”, o filme "Quanto mais quente melhor" (com a diva Monroe estrelando) , ou alguns livros de autores pessimistas como Douglas Adams, Salinger ou Bukowski.
O humor também está em constante transformação , não difere do resto todo. pensando assim, as perguntas sacais do tipo "a que ponto chegará as formas de se fazer rir?" ou "como o humor será amanhã?" acabam interessante depois de refletir um pouco sobre a coisa. O preço da graça será cada vez mais ofensivo ? teremos pessoas cada vez mais bobas? ou cada vez mais sérias? nada haverá graça ou a graça será por nada? só sei que meu texto não tem graça nenhuma. diferente duma garota q eu conheci num dia transitório, pensando nela eu lembrei de outra coisa q me intriga. A beleza da risada. você conhece mais de 5 pessoas que tem uma bela risada? eu não.

2 comentários:

Bernardo Pêsso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bernardo Pêsso disse...

"Existe uma teoria que o riso é a expressão de superioridade, faz muito sentido pra mim." Para mim também. O "achismo" de superioridade certamente é um fardo muito pesado tanto para quem sente quanto para quem percebe.